Minha relação com a música: uma terapia

minha relação com a música

Minha relação com a música foi de sobrevivência. Em épocas de profunda depressão, foi um dos caminhos que me ajudou a não fazer uma besteira maior. Juntamente com a poesia, a oração e o respeito aos meus irmãos, a música me ajudou a superar momentos muuuito dolorosos.

Comecei a compor aos treze anos, depois que tive, mais ou menos, um mês de aulas de violão, e aprendi os nomes das cordas, alguns acordes, uma técnica de afinação e alguma coisa a mais. As aulas pararam e a inspiração começou, meio que do nada.

Eu chegava da aula e ficava horas tentando afinar o violão (naquela época tínhamos de apurar os ouvidos). E depois de arrebentar algumas cordas, eu começava a ensaiar os três acordes que havia aprendido. E foi treinando esses três acordes que veio a primeira letra.

minha relação com a música

Minha relação com a música foi um processo automático, isento de técnicas

Por algum motivo eu sempre me senti um pouco presa com as técnicas, de forma que “desenvolvi” meu próprio jeito de fazer as coisas.

Tenho a leve impressão de que não é um jeito muito bom… mas foi o que consegui, pois me proporcionava a sensação de liberdade (acho que, no fundo, eu já me sentia completamente presa e travada, então, não queria mais ” regras e correntes”).

Aprender a compor do meu jeito, me proporcionava essa liberdade: autoexpressão . Minha relação com a música era colocar pra fora o que me sufocava. E eu só escrevia para mim mesma, nunca tive muita intenção de mostrar a ninguém.

E era engraçado como, alguns dias, eu ficava muito sensível e, do nada, vinham umas cinco músicas em um dia. Já aconteceu de eu estar no ônibus, voltando da aula e a música simplesmente aparecer em minha cabeça. Chegava em casa e colocava a melodia em três minutos.

minha relação com a música

Por que parei de compor e de tocar

Depois que comecei um processo de autoconhecimento e, principalmente, depois que abandonei a religião, comecei a me sentir melhor, mais feliz. Então, a música deixou de ser “meu antidepressivo”.

Junte-se isso ao fato de eu ter me tornado mãe, e, quando minhas meninas eram mais novas, não podiam me ver com o violão que subiam no meu colo para brincar com ele. Então, foi dificílimo para mim tocar durante alguns anos.

Enfim, eu meio que saí do fundo do poço emocional, e isso esfriou minha relação com a música.

Por que divulguei algumas músicas no blog

Por algumas razões, mas, principalmente, por causa de um sonho que tive.

Eu sempre respeitei muito a passagem bíblica dos dez talentos. Sempre pensei que não posso esconder os dons que Deus me deu. Eu tinha tentado, anos atrás, incentivar meu ex-marido na música, e tentamos gravar algumas das minhas composições, mas não deu certo.

Então, depois que tive um sonho e percebi vários sinais dizendo que eu deveria levar adiante a intenção de gravar as músicas, resolvi expor algumas no blog.

Entrei em contato com algumas pessoas também, além de ter participado de alguns workshops sobre o tema.

Não sei que no vai dar. Tenho plena consciência de que toco, canto e gravo mal. Não sei se minhas músicas são comercialmente atraentes, mas, porém, contudo, todavia, estou fazendo o que minha intuição me sugere (aliás, já fiz muita bobagem tentando segui-la).

Sabe aquela história de que a intuição nunca erra? Pois bem, acho que a minha veio com algum biziu. E tchudo bem! Continuarei a dar bola pra ela.

relação músicas autorais

Conclusão: minha relação com a música e o que você pode “tirar de proveito” disso

Digamos que a música foi minha camisa de força, pois me impediu de cometer algumas loucuras. E também foi um razoável antidepressivo.

Eu sempre falo com minhas filhas que devemos ter algo criativo para oferecer ao mundo, alguma forma de autoexpressão. Seja música, desenho, atuação teatral, artesanato, culinária, não importa. Precisamos expressar nossa identidade.

Não podemos ser apenas consumidores passivos de informação e entretenimento. É preciso equilíbrio entre o receber e o dar.

E quando semeamos, quando damos algo de nós, inevitavelmente, isso gerará algum tipo de fruto (pode ser apenas prazer mesmo).

Então, a música foi por muitos anos minha contribuição. Ficou guardada por décadas, mas agora está aqui, exposta. E você? Que tipo de contribuição tem dado à vida? Qual tem sido sua forma de expressão?

Use o formulário no final da página, se desejar deixar algum comentário a respeito, ou então, seu próprio depoimento.

Por fim, caso queira conhecer alguns dos meus livros, clique aqui.

No mais, desejo-lhe sucesso, saúde e serenidade.

Cintia Amorim.

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